23/05/2013

Sociedade Brasileira de Glaucoma promove campanha para alerta sobre cegueira

O glaucoma é "lento, progressivo e irreversível" diz oftalmologista


Sociedade Brasileira de Glaucoma promove atividades para alerta a população sobre a cegueira sem cura por glaucoma. Quem passa pela Avenida Paulista é convidado a entrar em uma sala sensorial escura para descobrir, por meio do tato, os objetos expostos. Foto: Marcelo Camargo/ABr

Flávia Albuquerque
Agência Brasil

A Sociedade Brasileira de Glaucoma lançou hoje (23) a segunda edição da campanha "Cuidado com o glaucoma". Para o lançamento foi feita uma manifestação no vão livre do Museu de Arte de São Paulo, na Avenida Paulista, a principal da cidade. Dois atores caracterizados como olho e colírio convidavam as pessoas a entrar em uma câmara escura, com uma máscara, para tocar e sentir o aroma de 20 tipos diferentes de alimentos e dizer o que eram. A ideia era fazer com que as pessoas passassem pela experiência de não enxergar e sentissem um pouco o que é viver sem a visão e assim entendessem a necessidade de cuidar dos olhos.

O glaucoma é uma doença ocular hereditária, degenerativa, causada pelo aumento da pressão intraocular, e leva à cegueira. A doença não tem sintomas, não provoca dores nos olhos, é silenciosa e mais prevalente em negros, devido à predisposição genética. De acordo com o oftalmologista da Santa Casa de São Paulo, Maurício Della Paulera, o glaucoma é lento, progressivo e irreversível.

“Nós orientamos as pessoas a passarem por uma consulta anual com o oftalmologista. Nessa consulta está incluída a medida da pressão intraocular e o exame de fundo de olho. Com isso, pode-se prevenir ou iniciar o tratamento precocemente. A campanha é um choque que estamos dando na população para mostrar como é difícil viver sem a visão, quando se pode prevenir uma doença que leva à cegueira”.

Ele ressaltou que, por não apresentar sintomas, a pessoa só percebe que está com a doença quando começa a perder a visão, momento em que não há nada mais a fazer para reverter a situação. Entretanto, se o oftalmologista perceber sinais do glaucoma durante uma consulta, pedirá exames complementares para se certificar. “Se o diagnóstico for feito mais cedo, há possibilidade de fazer um tratamento com três fases: primeiro com colírio, depois laser. Se nada disso funcionar parte-se para a cirurgia”.

Segundo Maurício Paulera, a doença atinge 2% dos brasileiros acima dos 40 anos e 6% acima dos 70 anos. De acordo com as estimativas, pelo menos 1 milhão de brasileiros têm glaucoma.

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