11/09/2012

Atletas paralímpicos são recebidos com festa nas ruas da capital paulista

Eles exibiram suas medalhas durante desfile em carro do Corpo de Bombeiros


A Delegação de atletas paralímpicos desfila em carro aberto pelas ruas de São Paulo. O Brasil chegou ao melhor desempenho da história do país em Jogos Paralímpicos. Com 21 medalhas de ouro, o país garantiu a sétima posição no quadro geral de medalhas e fez do evento de Londres algo memorável para o esporte paralímpico do Brasil. Marcelo Camargo/ABr

Camila Maciel
Agência Brasil

Os medalhistas paralímpicos que desembarcaram hoje (11) em São Paulo foram recebidos com festa pelos torcedores no centro da cidade. Os atletas desfilaram em carro aberto do Corpo de Bombeiros no final da manhã e seguiram para solenidade no Palácio dos Bandeirantes. A delegação brasileira conquistou este ano uma posição inédita na competição ao ficar em sétimo lugar no quadro geral de medalhas, com 43 premiações.

Um dos destaques dos Jogos, o nadador Daniel Dias, de 24 anos, trouxe no peito seis medalhas de ouro, que lhe confere o título de maior medalhista paralímpico brasileiro. “Valeu a pena o trabalho que fiz durante os últimos quatro anos. É minha segunda Paralimpíada ainda. Acho que tenho pelo menos mais duas pela frente”, projeta. Ele disse que irá treinar forte para repetir o feito em 2016, no Rio de Janeiro.

O nadador paralímpico, Daniel Dias, que com seis ouros, transformou-se no maior medalhista do Brasil nos Jogos, desembarca no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Marcelo Camargo/ABr

O também atleta das piscinas, André Brasil, de 28 anos, ao mesmo tempo em que comemora a três medalhas de ouro e duas de prata conquistadas em Londres, traça planos para os próximos Jogos. “Estou contente com o resultado. A minha classe foi a que mais evoluiu. Já vou estar com 32 anos em 2016, então preciso focar em algumas provas, colocar metas mais definidas para conquistar mais medalhas”, avalia.

O nadador paralímpico, André Brasil, que conquistou 3 medalhas de ouro na competição, desembarca no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Marcelo Camargo/ABr

André acredita que a presença da torcida brasileira nas próximas Paralimpíadas deve contribuir para as futuras vitórias. “Estou doido para ver minha família na arquibancada. [Ver] meus amigos e parentes gritando faz muita diferença”, disse. Assim como o nadador, Shirlene Santos Coelho, de 31 anos, que conquistou dois ouros e duas pratas nas pistas de atletismo, também se sente mais motivada a treinar para 2016. “Estou muito feliz com o resultado deste ano e vamos trabalhar muito para trazer mais medalhas”, declarou.

O atleta Alan Fonteles, de 20 anos, também foi destaque no atletismo, consagrando-se campeão ao vencer o sul-africano Oscar Pistorius, que era o favorito na prova dos 200 metros. “Isso já estava na minha mente. Estava focado nessa prova. Fico feliz de ter chegado lá e ter batido não só um grande ídolo, mas também de ter ganho a prova”, comemora.

O atleta Alan Fonteles, ganhou o ouro nos 200m T44, causando polêmica após superar Oscar Pistorius, o favorito ao ouro, que criticou as próteses usadas por Alan, alegando que elas eram muito altas e que deram uma vantagem injusta ao brasileiro. Marcelo Camargo/ABr

Outra modalidade que rendeu medalhas ao Brasil foi a bocha, da qual participou o atleta Dirceu Pinto, de 32 anos, que venceu a prova em dupla com Eliseu dos Santos, de 36 anos. “Espero que essa vitória possibilite que o esporte cresça no Brasil”, declarou. Desembarcaram no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, atletas de outras modalidades, como o ciclismo, judô, remo, tênis de mesa e a vela.

O atleta Dirceu José Pintou, ouro na Bocha na classe BC4 individual e em duplas, desembarca no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Marcelo Camargo/ABr

Entre os atletas é consenso que os investimentos aumentaram nos últimos quatro anos, mas eles apontam que outras medidas também são necessárias para manter ou superar os resultados desses Jogos. “Muitos atletas vão parar depois daqui, e a gente precisa de renovação. Para renovar, tem que investir na base. Além de investir na gente é preciso pensar em novos atletas”, aponta Daniel Dias, que diz se sentir orgulhoso em servir de inspiração para a nova geração.

De acordo com diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro, Edílson Rocha, os resultados dos Jogos Paralímpicos são fruto do esforço dos atletas, que puderam contar com, pelo menos, o dobro dos recursos disponíveis antes de 2012. Para os próximos Jogos, o diretor técnico avalia que o ideal seria redobrar os investimentos. “Nossa meta inicial para 2016 é ficar em quinto no quadro geral de medalhas. A gente atingiu um nível muito alto que para se manter precisa fazer coisas bastante diferentes”, avalia.

Dentre os diferenciais necessários, o diretor aponta a criação de centros de treinamento e instalações esportivas adequadas. “Temos poucas piscinas cobertas para treinar no inverno. [Isso] é um fator que complica”, exemplifica. Ele aposta que o próprio desempenho dos atletas este ano pode resultar em mais apoios e investimentos.

Edílson Rocha informou também que o comitê está em diálogo com a China, que lidera o ranking de medalhas, para parcerias em relação ao treinamento dos atletas. “Fizemos uma reunião em Londres e esperamos nos encontrar novamente ainda este ano”, declarou.

Atletas do Futebol de Cinco desembarcam no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O Brasil ganhou o tricampeonato no futebol de 5. Marcelo Camargo/ABr

A atleta Terezinha Guilhermina, ouro nos 200m T11 e nos 100m rasos T11, desembarca no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Marcelo Camargo/ABr

O atleta, Yohansson do Nascimento Ferreira, que conquistou Ouro nos 200m T46 e prata nos 400m T46, desembarca no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Marcelo Camargo/ABr

 O atleta Tito Sena, ouro na maratona T46, desembarca no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Marcelo Camargo/ABr

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