Suplementos alimentares não são anabolizantes e não devem substituir a dieta
Líria Jade
Portal EBC
Quem já pensou ou foi aconselhado a ter ganho de massa muscular passa por um dilema: consumir ou não suplementos alimentares. Quando associados a uma alimentação balanceada e à prática regular de exercícios físicos, os suplementos alimentares podem melhorar o rendimento, diminuir a fadiga, aumentar a massa muscular e até auxiliar na redução de gordura corporal.
Mas antes de começar a usá-los é preciso conhecê-los, segundo especialistas. Mas os nutricionistas alertam que não é qualquer pessoa que pode usar ou obter os benefícios do uso de suplementos.
De acordo com a Antônia Aquino, Gerente de Produtos Especiais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os suplementos tem a finalidade de completar a dieta com nutrientes em situações específicas.
“Nestes casos, a dieta pode não atender a uma demanda diferenciada do organismo ou simplesmente necessitar de complementação para atendimento das necessidades diárias”, destaca.
Antônia alerta que não existem produtos regularizados que possuem efeitos "milagrosos" como emagrecimento, ganho de massa muscular, melhora de desempenho sexual, entre outros.
A especialista da Anvisa explica que, nos produtos que cumprem com os requisitos da legislação, a recomendação de uso indicada pelo fabricante deve ser suficiente. Já a nutricionista esportiva, Bruna Timponi, entende que “os rótulos colocam a quantidade de uso de forma padrão, mas devemos priorizar a individualidade da ingestão calórica de cada pessoa”.
Para a nutricionista, a alimentação é mais eficaz do que o uso de suplementos, “pois precisamos de macro e micronutrientes essenciais para o funcionamento do nosso organismo”. Não adianta fazer uso de suplementação e não estar com uma dieta adequada, o resultado não será válido, alerta a nutricionista.
“Suplementos alimentares são compostos que complementam a alimentação oferecendo ao corpo proteínas, aminoácidos, carboidratos e vitaminas. Já os anabolizantes são substância utilizadas para aumentar níveis hormonais no corpo”, explica Bruna Timponi.
A nutricionista destaca que os suplementos mais usados e que considera básicos são Whey Protein, BCAA'S, carboidratos (Maltodextrina e Dextrose) e Glutamina. As pessoas que podem fazer uso, ao contrário do que se pensa, não são as exclusivamente saudáveis, do ponto de vista fisiológico.
“Existem até alguns tratamentos de pacientes hospitalizados que utilizam a suplementação como uma ferramenta a mais para melhorar o estado geral, como a glutamina por exemplo”, explica o nutricionista esportivo e preparador físico do paciente, Kleber Almeida.
Os suplementos permitidos no Brasil são de livre venda e não necessitam de prescrição para a compra. “No entanto, a necessidade de uso deve ser avaliada por um profissional nutricionista ou médico”, resume Antônia.
Diferença entre suplementos e anabolizantes
Os suplementos alimentares são confundidos com anabolizantes e remédios, mas os produtos são bem diferentes. Anabolizantes são substâncias não permitidas para uso em alimentos e tem a função de funcionar como hormônios no organismo, diferencia a gerente da Anvisa Antônia.
“São utilizados, normalmente, para favorecer o ganho de massa muscular juntamente com treinamentos físicos específicos. Suplementos alimentares incluem diversos tipos de produtos que são destinados a fornecer nutrientes e outras substâncias que podem ter uma propriedade específica”, destaca.
Produtos comercializados irregularmente podem conter substâncias que causam danos, principalmente, ao fígado, alerta Antônia. “Os anabolizantes são substâncias que podem levar a diversos problemas de saúde, como cardiovasculares, hepáticos e hormonais e não são autorizados para uso em alimentos, incluindo suplementos”, disse.
A diferença entre suplementos alimentares e anabolizantes é que os suplementos complementam a alimentação em algum ponto. Já os esteroides anabólicos são medicamentos.
“Estes são de exclusividade de prescrição dos médicos endocrinologistas. Os esteróides anabólicos não são nutrientes, são agentes específicos hormonais”, explica o nutricionista Kleber Almeida.
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